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27/09/2018
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Tropeirismo foi tema da Semana Farroupilha 2018

O feriado deste Vinte de Setembro foi dedicado à celebração das tradições gaúchas em alusão à Revolução Farroupilha – o mais longo e um dos mais significativos movimentos de revoltas civis brasileiros, que envolveu em suas lutas os mais diversos segmentos sociais. A programação, que relembrou a Guerra dos Farrapos contra o Império (1835 – 1845), iniciou pela manhã, com o traslado da Chama Crioula – que foi conduzida da Casinha do CTG até o Palanque Oficial, na rua General Osório.

Com o tema Tropeirismo, a Semana Farroupilha deste ano teve como homenageado, Dario Jovane Vaz, e como patrono, Nésio Lucas. A programação ficou a cargo das Secretarias de Educação e Cultura (Smec) e de Turismo e Promoções (SMTP), que contaram com o apoio dos Centro de Tradições Gaúchas (CTGs), Piquetes de Tradições Gaúchas (PTGs) e da 6° Região Tradicionalista.

A guerra civil mais longa do país também foi relembrada na localidade de Bujuru, com apresentações artísticas e desfile. À tarde, na rua General Osório, teve Caminhada Tradicionalista e atividades culturais, como a apresentação da Banda Municipal Democrata e da Invernada Artística São José, além da declamação de poesias e uma homenagem ao tradicionalista Paixão Côrtes.

Ponto alto da programação, o desfile dos Cavalarianos atraiu muitos nortenses à tradicional Rua Direira. Na sequência, a extinção da Chama Crioula e o arriamento dos pavilhões marcaram o encerramento da Semana Farroupilha 2018. Após, os nortenses ainda curtiram um fandango ao som da banda Jeito de Vaneira, em frente ao palanque oficial.

Tema desta edição, Tropeirismo foi um ciclo econômico, social e cultural, além de um dos principais responsáveis pela formação da identidade do povo gaúcho, desde os primórdios de sua ocupação europeia pelos jesuítas na região missioneira (1626) e posteriormente por paulistas, lagunistas e portugueses que se estabeleceram inicialmente nos Campos de Viamão, formando as primeiras estâncias oficiais (1732), mediante doação de sesmarias. Estas estâncias tinham principalmente duas finalidades: garantir posse territorial para Portugal e dar suporte e invernadeiros às tropas que vinha do Sul.

Este movimento de ir e vir de pessoas de diversas regiões sul-americanas, cada um com seus costumes, valores, crenças e saberes, agregou ao homem residente no Rio Grande do Sul uma bagagem cultural que influenciaria num perfil típico do Gaúcho atual.

A importância deste tema para os Festejos Farroupilhas 2018 no Rio Grande do Sul, é recolocar a figura humana do tropeiro, que por muito tempo ficou oculto em nossa história tradicionalista, em seu devido lugar de destaque. O tropeiro aos poucos vai se aquerenciando por aqui, adquirindo terras e assim originando novas estâncias, contribuindo para ocupação territorial definitiva do RS.

Alguns formaram famílias, casando-se com gaúchas e muitos de seus filhos seguiram as atividades de seus progenitores, garantindo assim, viva as lidas tropeiras de seus antecedentes. Por outro lado, serve de alerta para todos tradicionalistas, que a Tradição Gaúcha não se limita apenas ao Decênio Farroupilha, existem muitos outros elementos importantes que participaram da formação da identidade do povo sul-rio-grandense.

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